TRÊS CLÍNICAS DE AL SE MOBILIZAM PARA COMPRAR VACINA INDIANA

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Covaxin foi liberada para uso emergencial na Índia mas ainda não teve autorização da Anvisa

A busca por vacinas que possam combater a Covid-19 está cada vez mais acirrada. Além dos esforços para que os imunizantes sejam distribuídos através do Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, de graça, a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) firmou um acordo com a farmacêutica indiana Bharat Biotech para encaminhar a compra de 5 milhões de doses da vacina contra a Covid. Apesar de não terem informado quantitativo, três clínicas particulares de Alagoas confirmaram que estão se mobilizando para compra da Covaxin, o imunizante indiano. Os três estabelecimentos confirmaram à Gazeta de Alagoas que estão se mobilizando para realizar a compra, mas informaram não poder detalhar ainda quantas doses seriam compradas, por quanto serão vendidas ou como será a logística de distribuição. Por ora, não se sabe se o modelo de distribuição focará no público alvo, como vem acontecendo na rede pública, sendo vacinados alagoanos a partir dos 75 anos de idade e profissionais de saúde, ou se venderão o imunizante para quem tiver interesse. As clínicas são associadas à ABCVAC e duas delas estão localizadas na capital alagoana e a outra no município de Arapiraca. A proprietária da clínica de Arapiraca informou que a compra não tem intenção de competir com o SUS. “Não queremos, de maneira alguma, competir com o Sistema Único de Saúde (SUS). Pelo contrário, o objetivo é somente que a vacinação alcance o maior número de pessoas possível, porque, quanto mais vacinados, melhor”, destacou. Outra das proprietárias, Thais Nobre, informou que o interesse na compra é grande e que as negociações ainda estão acontecendo, mas não foram fechadas. Até o momento, segundo ela, a previsão para tudo estar pronto é em abril. “Não sabemos como tudo será conduzido, é bom reforçar, mas esperamos que dê tudo certo. A procura na clínica é grande. Já informamos que não temos ainda, mas o pessoal já liga querendo saber se já tem”, disse. A Associação Brasileira das Clínicas de Vacina (ABCVAC) fechou, na quarta-feira (27), o acordo para comprar os 5 milhões de doses da vacina indiana Covaxin, criada pelo laboratório Bharat Biotech. A responsável pela representação do imunizante no Brasil é a importadora Precisa Medicamentos. Apesar do contrato estar basicamente finalizado, a Covaxin ainda precisa de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser comercializada em território nacional. Segundo informações do jornal Valor Econômico, que teve acesso a um documento sobre a negociação, as clínicas poderão adquirir um mínimo de 2 mil doses e no máximo 400 mil doses da vacina. Para garantir a reserva da vacina será preciso pagar 10% do montante total e, caso a Anvisa não autorize a fórmula, o dinheiro será devolvido aos que compraram. A ABCVAC representa 200 clínicas privadas de vacinação, localizadas em diferentes estados do Brasil.

Os valores vão depender do montante adquirido e serão pagos diretamente à importadora. As clínicas que comprarem entre 2 mil e 7,2 mil doses do imunizante pagarão US$ 40,78 (R$ 221,59 na cotação atual), por unidade. Já aquelas que optarem por uma encomenda de 7.201 a 12 mil doses, o preço unitário cai para US$ 38 (R$ 206,48). Nos casos de compras de 12.001 a 50 mil doses, o preço é de US$ 36 (R$ 195,61). Entre 50.001 a 100 mil, o custo é de US$ 34,43 (R$ 187,08) e acima de 100 mil doses, US$ 32,71 (R$ 177,74).

FASE DE TESTE

A vacina da biofarmacêutica Bharat Biotech ainda está na 3ª fase de estudos clínicos e os resultados não foram divulgados. A expectativa geral é de que esta etapa seja finalizada nas próximas semanas e a vacina esteja disponível no Brasil no mês de abril. Contudo, como os testes não estão sendo feitos no país, a farmacêutica não poderá fazer o pedido de autorização para uso emergencial. As regras da Anvisa também não permitem a comercialização para clínicas privadas nesta modalidade. Na Índia, a vacina foi liberada para uso antes do registro, mas a decisão foi cercada de polêmica. Especialistas criticaram o processo pela falta de transparência e dados de eficácia.

OUTRAS VACINAS

Diferente da farmacêutica indiana, as outras empresas que estão produzindo imunizantes, como a Pfizer e a Astrazeneca, não possuem interesse em acordo com empresas privadas. A Pfizer, em nota, negou que possa negociar a vacina contra a Covid-19 com empresas privadas. Em comunicado divulgado na terça-feira (26), a farmacêutica diz entender o imunizante como um ‘bem’ que deve ser oferecido à população em geral. A Astrazeneca compartilha da mesma e já havia divulgado que não possui interesse em vender para empresas privadas. “No momento, todas as doses da vacina estão disponíveis por meio de acordos firmados com governos e organizações multilaterais ao redor do mundo, incluindo da Covax Facility (aliança internacional para desenvolvimento de vacinas), não sendo possível disponibilizar vacinas para o mercado privado”, disse a AstraZeneca.

* Sob supervisão da editoria de Cidades.
GazetaWeb de Alagoas

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