Marcado em todo o Brasil como o período de conscientização do câncer infantojuvenil, o Setembro Dourado serve de alerta sobre a importância do diagnóstico precoce e combate a essa doença que atinge, anualmente, milhares de crianças e adolescentes no mundo todo. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima a ocorrência de 12 mil novos casos de câncer na faixa etária de 0 a 19 anos este ano. Em Sergipe, essa incidência chega em torno de 90 casos novos, como explica o oncologista pediátrico, Venâncio Gumes Lopes, que atua no Centro de Oncologia do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), unidade gerenciada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). Ele reforça o alerta para a importância da campanha e a agilidade no diagnóstico da doença.
Doutor Venâncio explica que identificar os principais sinais e sintomas da doença é essencial para que o tratamento aconteça de forma rápida para diminuir o estágio da doença. Segundo ele, quando se diagnostica cedo, encaminha ao serviço cedo, o tratamento é menos agressivo e maior é a chance maior chance de cura e com qualidade de vida.
“Os sintomas são comuns aos sintomas próprios das doenças da infância, uma febre que dura mais de oito dias sem causa aparente, caroços pelo corpo sem causas aparentes, manchas roxas na pele, perda de peso considerável, mudança brusca no ritmo intestinal, dores de cabeça associadas com vômitos matinais, desequilíbrios, lembrar que nunca um sintoma vem isolado, ele sempre vem associado, sempre friso que é importante ter um acompanhamento pediátrico regular correto, mesmo não tendo nenhuma doença, estando protegido vai ser mais fácil tratar mais cedo e com qualidade de vida”, pontuou o oncologista.
O oncologista conta que o câncer infantojuvenil engloba vários tipos de câncer. As leucemias representam o maior percentual de incidência, seguida dos linfomas e tumores do sistema nervoso central. O oncologista pediátrico explica que todos devem estar atentos aos sintomas.
“O pediatra e o médico da família estão na linha de frente, aí eu coloco uma luneta e na outra um binóculos que são os agentes de saúde, os pais, os professores, não precisa alarmar, vamos viver a vida feliz e saudável, são doenças difíceis mas sabendo reconhecer é tratar para que a gente possa atingir os índices de cura que geralmente giram em torno de 80% a 90%, de forma global. Claro que em alguns lugares a gente não atinge esse índice de sucesso porque chega tarde ao serviço de saúde, estado avançado da doença e não conseguimos resgatar essa criança”, explicou Venâncio Gumes.
O câncer pediátrico não espera e o Setembro Dourado é uma oportunidade para falar sobre o tema e mais acesso à informação. Para ele, as campanhas como o Setembro Dourado são oportunidades de falar sobre a doença, então, o acesso à informação está mais fácil para reconhecer os sintomas, ter uma rede de proteção para atendimento a essas crianças para que elas possam ter acesso a um determinado profissional.
“ Por isso é importante encaminhar para o nosso serviço e qualquer colega que fizer uma suspeita, faça um encaminhamento para o centro de oncologia do Huse para uma avaliação. Exame mais rápido, tratamento adequado e ajuda das casas de apoio que são parceiros importantes, tudo isso faz uma grande diferença na luta contra o câncer”, disse o oncologista pediátrico.
Fotos: Flávia Pacheco ASCOM SES